A escrita, a princípio, tomou a forma de uma espécie de autoajuda para Milena Carvalho como ferramenta do processo de narração de um trauma sofrido. A recepção do livro pelos leitores adolescentes incentivou a autora a desenvolver um projeto com esse público.
Levando em conta a necessidade de falar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes, o projeto A Cripta da Dor realiza rodas de leitura do Quem é essa mulher? nas escolas e reúne psicólogos, assistentes sociais, advogados e entidades públicas de defesa da criança e do adolescente para esclarecer, refletir e discutir com meninas e meninos conceitos sobre abuso e violência sexual.
A cripta da dor
A escrita, a princípio, tomou a forma de uma espécie de autoajuda para Milena Carvalho como ferramenta do processo de narração de um trauma sofrido. A recepção do livro pelos leitores adolescentes incentivou a autora a desenvolver um projeto com esse público.
Levando em conta a necessidade de falar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes, o projeto A Cripta da Dor realiza rodas de leitura do Quem é essa mulher? nas escolas e reúne psicólogos, assistentes sociais, advogados e entidades públicas de defesa da criança e do adolescente para esclarecer, refletir e discutir com meninas e meninos conceitos sobre abuso e violência sexual.
A cripta da dor
A literatura e o cinema nascem a partir da palavra, que antes é fala, ainda que silenciosa em nossas mentes. Quando damos voz a ela damos um passo em direção à cura, a nossa, a de quem lê, de quem assiste, de quem escuta. “Quem é essa mulher?” é um filme de ficção, baseado na obra de autoficção que leva o mesmo título, da cineasta e escritora Milena Carvalho. O argumento foi premiado na na Lei Aldir Blanc, por meio do edital de Projetos Audiovisuais, realizado pela SECMA – Governo do Estado do Maranhão
Quem é essa mulher?
Sinopse
Nas férias de verão de 1991, Liane (17) se apaixona pela primeira vez, e planeja fugir com Pedro (18) no final do mesmo ano. Mas os planos e a vida de Liane são interrompidos por uma violência sexual, que acontece antes da data que Pedro prometeu voltar para buscá-la. A partir deste episódio, Liane é tomada pelo sentimento de não pertencimento e um olhar fantasioso sobre o mundo. Fugindo da realidade, Liane vivencia circunstâncias dessa escolha inconsciente, na busca por si mesma.
"Levar para o cinema intensidade e leveza, conflitos e violência anestesiados com a visão poética de uma cineasta-escritora, gera a construção de uma identificação entre o drama da protagonista e as mulheres (não somente) que existem para além do universo fílmico, e caminha em direção ao objetivo de todo cineasta: causar uma mudança de perspectiva no olhar do espectador."
Milena Carvalho
O argumento aborda um tema de interesse universal. O drama psicológico contado através de uma mulher em busca de si mesma, parte de uma violência sexual sofrida na adolescência. Um dos efeitos desta causa foi o olhar fantasioso com que ela passou a enxergar a vida. E esse olhar vai determinar a estética do filme. A protagonista estabelece uma relação particular com a cultura dos lugares em que a história se passa. O Maranhão, o Rio de Janeiro e a cidade autônoma de Buenos Aires estão intimamente ligados aos conflitos da personagem.
Assim como, dentro das ciências não se consegue produzir algo totalmente fora da subjetividade de quem escreve, a arte, como sua representação máxima, tem no seu autor alguém com o olhar privilegiado sobre a sua própria obra. Diante disto, um roteiro baseado em um livro de autoficção, tem na sua autora a maior privilegiada para realizar esta obra cinematográfica.
“Uma história que flui como uma conversa, da que se tem interesse do início ao fim, e que tem poesia, mensagens de vida, de amor. Que provoca um misto de emoções e reflexões. Reflexões sobre machismo, filhos, família, pessoas, sociedade, modos de viver”.
Vanessa Diniz